Apresentando o senhor ZÉGUA

Apresentando o senhor ZÉGUA

terça-feira, 15 de março de 2011

QUANDO EM BRASILIA OS HOMENS APRONTAM...

DEVOLVA! DEVOLVA! ISTO NÃO TE PERTENCE MAIS!... ALIÁS, NUNCA PERTENCEU.

Notícia veiculada nos principais meios de comunicação no inicio de janeiro de 2011:

"Antes das eleições, Caixa erra e paga Bolsa Família maior"

"Total de R$ 11,15 milhões foi transferido indevidamente para mais de 82 mil famílias
A quantia de R$ 11,153 milhões foi transferida indevidamente para a conta de 82.595 famílias beneficiárias do Bolsa Família, segundo informações da Caixa Econômica Federal. O repasse ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2010 e foi provocado por um erro do sistema do banco. Agora, a Caixa afirma que vai cobrar dos beneficiários os valores repassados a mais, com descontos que começarão a ser feitos a partir de março."

"Segundo o superintendente nacional de programas sociais da Caixa, Roberto Barreto, o problema foi identificado no fim de outubro e corrigido em novembro. Ele ressaltou que não há relação entre a falha do sistema e o período eleitoral.
- Foi uma fatalidade, um erro. A Caixa vai buscar o ressarcimento para que a União e a sociedade não sejam prejudicadas.
Barreto explicou ainda que todas as famílias que receberam um benefício maior do que o devido receberão uma notificação do banco, informando que o valor pago a mais será descontado do benefício do mês seguinte. O desconto mensal não será superior a 25%, ou seja, algumas famílias devolverão o dinheiro em até 27 meses.
- Algumas conseguirão pagar em duas parcelas. Outras precisarão de 27 meses. Mas 75% das famílias vão devolver os recursos em até 12 meses."

"Segundo Barreto, o problema no sistema ocorreu no momento da atualização dos cadastros desses beneficiários. Com isso, algumas famílias que não teriam mais direito ao valor básico do benefício acabaram recebendo o montante indevidamente. A maior parte das famílias que receberam a mais, 50,34%, é do Nordeste."

Fonte: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/antes-das-eleicoes-caixa-erra-e-paga-bolsa-familia-maior-20110106.html

Bom, graças ao Bom Deus até agora não tivemos um caso desses por aqui, mas alguns “clones” do Zégua, espalhados por esse “brasilzão” afora começaram a sofrer as conseqüências do incrível erro da Caixa.

A seguir, uma história real, envolvendo mais um clone de Zégua.

A beneficiária apareceu repentinamente, suando frio, respirando com dificuldades e aquele olhar fulminante, pior que o da medusa.

Na mão, trazia o temível papelzinho, o extrato de pagamento do beneficio. Lá estava escrito: “Nos meses de setembro e outubro a Caixa depositou 136 reais a mais em seu beneficio e estará parcelando desconto em seu beneficio nos próximos pagamentos.”

O parágrafo a seguir foi transcrito diretamente da mensagem enviada pela Zégua-Suly:

“A pobre que recebe apenas 22 reais de um benefício variável chega cheia de necessidade e fome e vê lá depositado um valor que todo mês cai na conta da sua melhor amiga que também é beneficiaria. Pois é. A dona acreditou que o MDS e a Caixa havia aumentado o beneficio dela, meteu o pau no dinheiro e agora ela acha que essa Zégua é que cometeu o erro, por isso acha que eu tenho que reembolsar o dinheiro pra Caixa.”

Bem, A HISTÓRIA SEGUINTE É FICTÍCIA, mas pode estar acontecendo em muitos lugares nesse exato momento, pois existem 82.595 famílias envolvidas.

Outubro de 2010. Dona Eufrosina chegou em casa eufórica. Lágrimas descem copiosamente dos seus olhos (aliás, de que outro lugar desceria as lágrimas, hein?). Abraça os filhos, beija o maridão e grita eufórica:

- O DINHEIRO AUMENTOU! O DINHEIRO AUMENTOU!

Dois dias depois.

- Que movimento é aquele na casa da dona Eufrosina, comadre Toinha?
- Ah, é o carro do Armazém Laskandoosoutros. É que dona Eufrosina comprou móveis novos pra casa.
- Vixe, comadre Toinha! Ela por acaso ganhou na megassena?
- Não, comadre Zefinha. É que o dinheiro do Bolsa Família dela aumentou. E aumentou muito, muito mesmo. Não sei como. Ela continua com a mesma quantidade de filhos. Só o meu que não aumenta nunca. Só faz é diminuir.
- É porque a senhora é besta, comadre. Amanhã eu vou bem cedo procurar o Zégua. Eu também vou querer esse aumento.

No dia seguinte, bem cedo.

- Bom dia. Queria saber porque continuo recebendo só isso? - A mulher joga o papel sobre a mesa, com certo desprezo. Zégua pega o papelzinho, lê e responde:

- Mas tá certo. Pela renda da senhora e pela quantidade de filhos, é isso mesmo.
- Quer dizer que meu dinheiro não vai aumentar?
- Não ouvi falar de nenhum aumento.
- Mas você é muito cara de pau. E o aumento que deu pra dona Eufrosina?
- Que história é essa?
- Se quiser eu até trago ela aqui, pra provar. Tá me chamando de mentirosa?
- Não, claro que não. Mas essa história é muito estranha.
- Que estranha nada, “siô”! Você aumentou tanto o dinheiro dela que ela tá comprando em tudo que é loja.

Zégua fica cada vez mais intrigado. Daqui a pouco, outras senhoras chegam, cobrando explicações. Como Zégua é o alvo, parece que até a crise do Oriente Médio é culpa dele.

Duas comadres conversando no fundo do quintal.

- Pois é, minha filha. Minha amiga Zuleima descobriu que a mulher do Zégua é sobrinha do cunhado da Marlilde. Tá lembrada que essa Marlilde tem uma filha casada com o Tonheiro, aquele vendedor de leite? Pois é. O irmão do Tonheiro, um tal de Bestinha, se juntou com a Canduca...
- A Canduca, aquela rapariga velha que mora perto da Casa da Cana? Ah, tá explicado! A filha dela se juntou com o Soquinho, ...
- Exatamente! O Soquinho, o filho mais velho de dona Eufrosina.
- Tá explicado tudo.

É inacreditável a capacidade humana para tentar manchar a reputação de um cidadão.
E a pressão aumenta. Mais uma pessoa foi agraciada com o misterioso aumento do Bolsa Família.

Zégua e seus colegas não sabem como explicar o que aconteceu. Procuram entrar em contato com o pessoal do 0800... que, para variar, estão “mais perdidos do que filhos de raparigas no Dia dos Pais”, como costumam dizer por aqui.

O tempo está muito quente. No meio de tanta pressão, ainda tem as eleições. Eleições de um lado, confusões no Bolsa Família do outro. E todos os Zéguas na mira do povo.
Bem, o tempo passa. Nada como o tempo para ajeitar certas “marmotas”. O período eleitoral passa. Uns cantam vitória. Outros tentam explicar a derrota. Mas o fogo está longe de se apagar nos departamentos dos zéguas.

Janeiro de 2011.

A CAIXA divulga a notícia-bomba (que transcrevemos acima). E, como desgraça pouca é bobagem, vejamos as conseqüências finais da trapalhada dos “hômi lá de cima”.

- Comadre Toina! Comadre Toinha! Corra aqui!
- Que foi, comadre Zefinha?
- O pessoal do armazém veio buscar os móveis da dona Eufrosina. Veja a cara de tristeza dela.
- Mas o que aconteceu comadre?
- Sei lá. Dizem que o dinheiro que dona Eufrosina recebeu foi um erro no cadastro dela e que agora ela tem que devolver tudo.
- Nossa Senhora! Coitada! Como é que fazem uma coisa dessa com os pobres? Por que é que o prefeito não demite logo aquele infeliz do Zégua?

As más notícias correm mais rápido do que fogo em palha seca banhada a álcool.

- DONA EUFROSINA TÁ NO HOSPITAL.
- A PRESSÃO DELA TÁ MUITO BAIXA.
- DIZEM QUE O MARIDO DELA TÁ DOIDINHO, DE FACÃO NA MÃO, PROCURANDO O ZÉGUA.
- TÃO DIZENDO QUE O ZÉGUA FUGIU DA CIDADE.
- DIZEM QUE ELE PEDIU PROTEÇÃO POLICIAL PRA ELE E PRA FAMÍLIA.

Como diz o velho ditado: "QUANDO EM BRASÍLIA OS HOMENS APRONTAM... É NA CABEÇA DO ZÉGUA QUE OS LASCADOS DESCONTAM!"

UM CABRA BOM DE TACA...

Nosso herói não é a pessoa mais paciente do mundo, mas sempre procura dar atenção às pessoas, é prestativo e procura informar direitinho (nem que seja pela TRILIONÉSIMA VEZ) a mesma coisa para a mesma pessoa.

Mas, apesar disso, uma tática cada vez mais comum por aqui é a seguinte: A pessoa fica irritada porque seu cartão continua bloqueado, apesar do nosso herói pedir que tenha um pouquinho de paciência. Então, o “infeliz” corre pra autoridade maior, no caso o prefeito, e dispara:

- Olha, fui procurar o rapaz que mexe com os cadastros e ele me tratou mal.
O “infeliz” pensa que com isso, automaticamente seus problemas serão resolvidos.
14 de março de 2011. Uma manhã nublada.

Uma das colegas de nosso herói é abordada pelo prefeito.

- Olha, eu fui procurado pelo Zé Caninana, e ele me disse que o Zégua tratou ele mal. Por que, afinal, o cartão dele está bloqueado?

A colega de nosso herói ficou espantada por tal pergunta. Não era a primeira vez. Há pouco tempo, o próprio Zégua foi interrogado pelo prefeito, que disse, entre outras coisas, o seguinte:

- Tenho recebido muitas reclamações de muitas pessoas...

Quando alguém usa essas palavras, e num tom de voz acusador, é bastante claro que já se condicionou a acreditar no que os outros disseram. Antes de ouvir o outro lado, já faz um pré-julgamento condenatório.

Em todas as capacitações sobre o Bolsa Família, todos os zéguas deste Brasil compartilham suas dores, angústias, estresses e decepções relacionadas ao Programa. É um alívio saber que você não está sozinho nesse Titanic. Mas, para a grande maioria das autoridades municipais deste Brasil (diga-se, prefeitos, secretários, assessores, vereadores, etc.), tudo que sabem do Bolsa Família é o que escutam em conversas de bar ou brigas de vizinhos.

Por isso, vai aqui um pedido para os figurões de Brasília:

POR QUE NUMA DESSAS REUNIÕES COM OS PREFEITOS, OS SENHORES NÃO APROVEITAM PARA CAPACITÁ-LOS NUMA LIÇÃOZINHA BÁSICA: O QUE É O BOLSA FAMÍLIA?

ZÉGUA, UMA AGRADÁVEL CONVERSA COM O TÃO FAMOSO 0800-BOLSA FAMÍLIA E UM POUCO DAS ÁGUAS DE MARÇO

03 de março de 2011.

Dia nublado. Ameaça de chuva. A cidade ainda está abalada com a grande enchente de dois dias atrás. Na mesma região, 36 quilômetros de distância, uma outra cidade, Trizidela do Vale, está nas manchetes nacionais. Parece que a terrível enchente de 2009 vai se repetir. O Brasil inteiro viu.

Com mais de 50 casos de pessoas com problemas no beneficio, Zégua resolve ligar para o – arghhhhhhhhhhhhhhhh!!! – 0800 do Bolsa Família. Tentou entrar em contato (por e-mail) com alguns dos ilustres responsáveis pelo Programa, mas o que recebeu foi uma sugestão para que ligasse para o 0800. “Tudo bem. Vou ligar. Estou muito paciente hoje”, pensou nosso herói.

Ao mesmo tempo os “clientes” não param de chegar, querendo saber quando seu dinheiro vai ser “liberado”.

Não existe telefone no departamento do nosso herói e ele procura “se virar”. Encontra um telefone “por aí” e tecla os famosos e estressantes números...

9:16 horas – Ligando para o 0800...

9:18 – Milagrosamente, na segunda tentativa alguém atende. Nosso herói se identifica e apresenta o problema.

9:19 – O atendente, depois de conhecer o problema, comunica que vai transferir a ligação para outro canal, e diz a célebre frase: “Aguarde um momento, senhor”.

Momento de silêncio.

9:23 – Ele dá sinais de vida novamente e avisa outra vez: “Um momento. Vou transferir para outro setor”.

Sem demora, a outra funcionária atende, perguntando alguns dados referentes ao nosso herói e a seu município. Depois pede para aguardar um pouco.

Momento de silêncio.

9:30 – Começa a chuva. Chuva calma, que costumamos chamar de “sereno”. Mas, em nossa região, qualquer pingo d’água que cai do céu é assustador.
O momento de silêncio continua. Somente o barulho da chuva. De vez em quando, escuta-se a voz do outro lado: “Um momento”.

9:36 – O silêncio é interrompido pela seguinte pergunta: “Qual o nome da sua prefeitura, senhor?” Zégua responde pacientemente. É claro que já era a terceira vez que ele dava essa informação, inclusive com CNPJ e tudo.

Novamente silêncio, paz e amor.

9:42 – Outra vez o silêncio é quebrado: “Sua Prefeitura já migrou para o CadÚnico 7?” Zégua responde: “Não”. E o silêncio volta a reinar. A chuva continua. Serenamente.

9:46 – A chuva está parando. O sol volta a brilhar. Paralelamente, o silêncio é mais uma vez quebrado e a funcionária pede dados, telefone, e-mail, celular, pergunta qual o melhor horário para ligar, etc., etc. E por que? Porque o problema seria passado para, nas palavras dela, o pessoal do “2.º NÍVEL”.

Zégua fica curioso com a expressão. “2.º NIVEL”?

9:49 - Ela dá o número do Protocolo, deseja bom dia e FIM. Lá fora o sol está brilhando novamente, mas ainda existem muitas nuvens carregadas.

“2.º NÍVEL”?

Zégua só espera que, qualquer hora dessas não receba uma ligação com alguém do outro lado informando:

- Olha, meu caro senhor. Por gentileza, aguarde mais um pouco que vamos passar para o pessoal do 1.º NÍVEL.

Enquanto isso, o noticiário promete mais chuvas para o Nordeste. Valha-me, Deus!!!

quarta-feira, 2 de março de 2011

SE CORRER, DONA PRISSIGA PEGA! SE FICAR, DONA STRUPÍCIA MATA!

INSUPORTÁVEL!!!

Março de 2011.

O governo começou a mandar os avisos para quem precisa atualizar os cadastros em 2011. O pessoal tem ATÉ NOVEMBRO, mas...

Em cada segundo da vida do nosso herói, um filho de Deus o aborda, dizendo que quer atualizar seu cadastro, pois “no papel tá pedindo”, e ele tá com medo de perder o dinheirinho, etc.

Zégua preciso parar, e explicar para o individuo, tentar colocar na cabeça dele que ele tem ATÉ NOVEMBRO de 2011 para atualizar o cadastro, etc.

Ao mesmo tempo, uma nova safra de cartões bloqueados ou cancelados. Pessoas que atualizaram seus cadastros em novembro de 2010, voltaram a receber em janeiro, mas agora em fevereiro, todo mundo foi bloqueado ou cancelado.

Zégua, diante de tanta confusão, tenta acessar o sistema, mas uma onda de chuvas fortes está desabando em nossa região.

1.º de março de 2011. A cidade do Zégua amanhece debaixo dágua, na pior enchente nos 49 anos de “vida” do Município. A cidade está quase isolada. Uma ponte de importância vital, ligando a cidade às outras da região, está prestes a desabar. Dezenas de famílias tiveram que abandonar suas casas.

02 de março de 2011. A chuva deu uma pausa, o sol voltou a brilhar. A internet voltou. Mas o SIBEC está com a mesma peste do ano passado. Impenetrável.

Ontem à noite, os telejornais anunciaram o novo aumento do Bolsa Família. Hoje, já teve gente perguntando para o Zégua se esse aumento vai começar este mês. Ao mesmo tempo, outros estão à beira do desespero porque o comércio está atrasado, as crianças estão sem material escolar... e, pra piorar, ainda tem a enchente.

É, meus amigos. Não sei mais o que dizer.

VAMOS CORTAR OS GASTOS, MINHA GENTE... POIS ALGUÉM PRECISA GASTAR

A MESMA HISTÓRIA DE SEMPRE

Dona Eufrosina entra na Casa Lotérica, seu Zé da Cachaça espera na calçada. Dona Eufrosina retira o beneficio do Bolsa Família. Mas não sai satisfeita. Ao sair entrega tudo para seu Zé da Cachaça, que já está impaciente. Ela tem esperança de que desta vez ele vá ao comércio comprar arroz, feijão e outros ingredientes para uma refeição decente.

Mas seu Zé da Cachaça, pra honrar o apelido, corre diretamente para o bar do Tonhão. Então enche a cara de pinga até o anoitecer.
Tarde da noite chega zangado em casa. Os meninos estão chorando em cada canto da casa. Chorando de fome.

Seu Zé corre pra cozinha. As panelas estão vazias. Olha para Dona Eufrosina. A coitada está sentada no canto. Não agüenta ficar de pé. O sangue ferve na cabeça de Seu Zé. Primeiro, dá um soco na cabeça de Dona Eufrosina, que recebe outra pancada ao bater a cabeça na parede. Depois, o “cão encarnado” tira o cinturão e começa bater nos filhos, gritando pra calarem a boca. Olha pra coitada da mulher e grita:

- Cadê a comida, safada?

Ela nem sabe o que dizer. Apanha de novo.
Faz um bom tempo que as crianças não pisam na escola. Não agüentam nem ficar de pé. Daqui a pouco entram para o triste quadro da “EVASÃO ESCOLAR”. Então vem a pior conseqüência: BENEFICIO BLOQUEADO. Motivo: Freqüência Escolar negativa.

Um dia normal da semana, com um sol maravilhoso. E, de repente, o Departamento do Bolsa Família é invadido por um “cabra da peste”, zangado, saindo faíscas pelos olhos. Seu nome: Zé da Cachaça.

- Quero saber por que VOCÊ “broqueou” o cartão da minha mulher?

Depois de algumas buscas no sistema...

- Meu amigo, aqui está informando que seu beneficio foi bloqueado porque as crianças estão faltando à escola – Zégua solta a informação com toda a delicadeza possível, pois certas notícias as pessoas não costumavam receber com alegria.

O homem fica ainda mais nervoso.

- Como é que é????!!! Se meus “minino” não estão indo pra escola é porque estão passando fome e não agüentam nem segurar um lápis.

- E tão passando fome por que, seu Zé? – Zégua olha nos olhos do sujeito, curioso pela confissão. Mas o homem responde prontamente:

- Porque VOCÊ “BROQUEOU” o cartão da gente!

Ganha um milhão o Município do Brasil que possui o Programa Bolsa Família e que nunca teve um caso parecido com o fato narrado acima.
Como costuma dizer o filósofo: “O PROBLEMA DO BOLSA FAMÍLIA NÃO É O PROGRAMA; SÃO AS PESSOAS.”

FRASE DA SEMANA

- Não vou nem acordar meus filhos hoje. O cartão tá bloqueado mesmo. Deixa eles dormir. Não tô nem aí se não forem mais pra escola. O governo não quer não é isso mesmo? – palavras de um pai revoltado pelo bloqueio do seu cartão.

COM A MESMA FAMA... MAS SEM A MESMA GRANA!

ARMADILHA MORTAL

Imagine a situação. A mulher deixa o cartão – como garantia – nas mãos do comerciante. E vai embora. Ele fica tirando o dinheiro dela todos os meses, até pagar a conta deixada. Mas, de repente, o cartão dela é bloqueado. Ela não aparece pra atualizar. O cartão é cancelado. O tempo passa. Nada da mulher aparecer. Alguns meses depois, ela aparece. O comerciante vai reclamar dizendo que o cartão dela não funciona. Mas, por ironia do destino, logo que ela aparece o cartão volta a funcionar. Agora, o comerciante está num beco sem saída.

Como vai convencer a mulher que, durante um bocado de meses ele não tirou um só centavo do cartão dela (pois estava bloqueado) se logo que a mulher chegou o cartão voltou a funcionar?

É claro que os dois procuraram o nosso amigo Zégua. A mulher, convencida de que o comerciante estava mentindo – ele jurava que, logo que a mulher saira da cidade, o cartão deixou de “funcionar” – e o comerciante morto de preocupado, sem saber como se defender.

Se Zégua não conhecesse os bastidores da trágica comédia, o azarado do comerciante estaria “lascado”, como se diz em nossa região. Mas, o mesmo período em que os eventos ocorreram coincidiu com o período em que um ARRASTÃO de bloqueios e cancelamentos invadiu nossa região. Por isso, Zégua tentou pacificar a situação, explicando para os dois o que realmente podia ter acontecido. E tudo voltou ao normal, na santa paz de Deus.