Apresentando o senhor ZÉGUA

Apresentando o senhor ZÉGUA

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Zégua de Queiroz apresenta: O PRIMO DE BRASÍLIA


O PRIMO DE BRASILIA – UM TRIÂNGULO AMOROSO INUSITADO, UMA PARÁBOLA PARA OS DIAS DE HOJE

CENA I

Trabalho voltava do serviço. Ele estava muito cansado. O sol estava se pondo. Ao passar diante daquela pracinha percebeu que havia alguém deitado num dos bancos. Admirou-se por ter alguém, naquela hora, deitado num banco de praça. Quem dera ele tivesse esse privilégio. Sua sina começava às 5:00 horas da manhã. Passava o dia todo suando em busca do pão de cada dia. Voltava sempre às 5:00 horas da tarde, feliz da vida, porque finalmente teria o merecido descanso. Não conseguia entender como alguém pudesse – numa hora daquela – estar na praça, deitado no banco, procurando estrelas no céu.

Mas, ao fixar seus olhos nos olhos da pessoa deitada no banco, seu coração bateu como nunca tinha batido. Suas pernas enfraqueceram, seu corpo tremeu da cabeça aos pés. Ele ficou paralisado. Principalmente quando a pessoa levantou-se do banco e disse um simples:

- Oi! Tudo bem?

Aquele dia, ou melhor, aquele momento, mudou drasticamente a vida de Trabalho. Foi amor à primeira vista. Trabalho não acreditava mais no futuro, mas aquela garota renovou as esperanças dele. Eles se tornaram o casal mais bonito e mais romântico da cidade, uma pequena cidade do interior nordestino. Dentro de pouco tempo se casaram. A felicidade de Trabalho agora estava completa. O nome da linda moça era Preguiça.

CENA II

Dizem que os opostos se atraem. Em relação àquele novo casal isso era a mais pura verdade. Trabalho e Preguiça não tinham nada em comum, a não ser o amor que sentiam um pelo outro. Eles viveram felizes durante muito tempo (mesmo se encontrando somente nos finais de semana, pois de segunda a sexta, e muitas vezes no sábado, Trabalho estava ocupado, enquanto Preguiça dormia o dia todo, as 24 horas do dia). Somente no sábado e domingo os dois podiam se curtir. Dificilmente saiam de casa, pois Preguiça não era muito sociável. Trabalho tinha muita vontade de possuir filhos, mas um amigo médico havia recomendado primeiro um tratamento para Preguiça, pois seu misterioso sono poderia atrapalhar a criação e o desenvolvimento dessas crianças.

O casal vivia em harmonia. Trabalho era um homem tranqüilo. Ciúmes era um sentimento desconhecido para ele. Sempre saia sossegado para o serviço, pois tinha plena certeza que nada faria Preguiça sair da cama. Apesar das tremendas diferenças entre eles, era um casal feliz, que nunca havia brigado.

Mas um dia, da distante capital do Brasil, chegou um visitante. Um primo de Preguiça, que tinha muita vontade de conhecê-la. Era um garotão charmoso, louro de olhos verdes. Chamou a atenção de todo mundo quando chegou à cidade. Pessoas de todas as classes sociais sentiram uma certa simpatia pelo moço. Ele gostou da cidade. Seu plano era passar uns três meses por ali, mas gostou tanto que resolveu ficar. E aí começou o problema. O nome do lourão era Bolsildo.

CENA III

Quando o cara saia parecia uma celebridade de Hollywood. Quase todas as garotas da cidade queriam sair com ele. Apesar dele ser um cara simples, pobre, muitas garotas, filhas de gente importante, autoridades, altos funcionários públicos, até brigavam para ficar com ele. Pouco a pouco sua prima Preguiça passou a sentir uma estranha atração por ele. E as coisas começaram a se complicar na casa de Trabalho. Sempre que ele chegava, encontrava Preguiça e Bolsildo juntos, conversando. Ela não dormia mais o dia inteiro. Trabalho começou a não gostar daquilo. Como amava muito Preguiça tentou conversar com ela, resolver a situação, mas as coisas não melhoraram.

Trabalho começou a ficar desanimado. Não estava mais conseguindo se concentrar no serviço, sentia suas forças diminuírem. Sabia que algo muito estranho estava acontecendo. Um dia desses flagrou Preguiça e Bolsildo aos beijos e abraços. Foi o maior choque de sua vida. Desgostoso Trabalho saiu de casa. Acabou-se a harmonia, acabou-se o casal mais feliz daquela região.

Trabalho foi embora, Preguiça começou a passar fome. Bolsildo não trabalhava. Recebia mensalmente uma pequena pensão do pai que morava em Brasília. Mas não dava pra sustentar uma mulher como Preguiça. Então resolveu ir embora. E agora?

Era uma vez Preguiça, uma garota triste e melancólica, que vivia em depressão. Até encontrar o jovem Trabalho. Sua vida deu uma reviravolta. Voltou a sorrir, a ter esperança na vida. Mas aí surgiu o disgramado do Bolsildo. O cara veio de Brasília só pra infernizar a vida daquele lindo casal. Despertou paixão em Preguiça, expulsou Trabalho de casa, e depois a deixou sozinha. Só um milagre pra salvar sua vida agora.

ZÉGUA Apresenta: O VEREADOR TOIN SAKANA

DETETIVE ZEGUINHA - UMA DROGA "MUI" PERIGOSA

TORARAM O BOLSA FAMILIA DA MINHA FILHA!

Uma senhora entrou repentinamente na sala e, bastante ofegante e “agoniada”, disse:

- TORARAM O BOLSA FAMÍLIA DA MINHA FILHA! Quero saber porquê!!!

Algumas pessoas que estavam na sala viraram os rostos para o outro lado, tentando disfarçar o sorriso. Zégua, sorridente, resolveu usar a mesma linguagem da mulher e respondeu:

- Tudo bem, senhora. Vou tentar descobrir porque o governo “torou” o beneficio de sua filha.

Alguns minutos depois e nosso herói (após consultar o sistema), ainda sorridente, foi tentado a responder:

- Não, ele não tá torado. Quer dizer, ele foi torado em dezembro, mas já destorou.

Mas, graças a Deus que controlou sua língua, e apenas disse que o problema já tinha sido resolvido. É bom não arriscar com certa gente estressada.

A TEOLOGIA DO BOLSA FAMÍLIA – ERA SÓ O QUE FALTAVA!!!

Relutei em contar isso porque acho que quase ninguém vai acreditar. Mas aconteceu mesmo, meus amigos. Não sei o que tem na cabeça dessas pessoas, mas uma senhora muito zangada (pra variar), resolveu usar um argumento inusitado para tentar “forçar” nosso herói a resolver seu problema. Ela simplesmente disse:

- Você pode ser crente, pode fazer todo tipo de bem. Mas, se não resolver os problemas do Bolsa Família, não pode se salvar – Fiquei tão pasmo que fiz questão de registrar a data: 18 de fevereiro de 2010.

Se a coisa continuar nesse ritmo, daqui a pouco um maluco vai criar uma religião chamada “Bolsa Família”. E seus seguidores serão muito perigosos. Zégua Nostradamus até já teve uma visão:

“Vejo uma senhora que era muito magra, mas de repente ficará gorda. E antes que um cabra chamado Zégua possa entender alguma coisa, ela abrirá a blusa, mostrará várias bombas amarradas ao redor do corpo e gritará:

- SE MEU CARTÃO NÃO FOR DESBLOQUEADO AGORA, VAI TUDO PELOS ARES!!!

Vejo o cabra chamado Zégua se jogando no chão e gritando:

- VALEI-ME, SÃO JESUS DOS CRENTES!!!”

terça-feira, 19 de outubro de 2010

OS CLONES DE ZÉGUA – Episódio de hoje: NO BOLSA FAMÍLIA HOMEM GRANDE RESOLVE TUDO

O caso seguinte ocorreu com um dos clones do Zégua, cuja identidade secreta é Charles P.

Um beneficiário do Bolsa Família foi encontrado na auditoria do TCU como proprietário de um veículo. A equipe do Bolsa Família foi até sua residência pra averiguar o caso e atualizar seus dados no Cadastro Único. Quando chegou no ponto “quente”, o entrevistador perguntou:

- O senhor possui algum veículo em seu nome?

Esse tipo de pergunta costuma paralisar a pessoa. É como perguntar para um aposentado (que recebe o Bolsa Família) se ele é aposentado. Aparentemente é uma pergunta simples, mas a pessoa fica logo com o “desconfiômetro” aceso, imaginando que uma resposta positiva causará a perda do seu beneficio.

Com esse tipo de pensamento, geralmente as pessoas respondem (depois de alguns segundos de suspense):

- Eu sou aposentado, mas conheço um monte de gente que também é e Blá! Blá! Blá!...

Engraçado o brasileiro. Se a pergunta fosse outra:

- O senhor é traficante?
- Sou, mas conheço um monte de gente que também é e Blá! Blá! Blá!...

Ou:

- O senhor é ladrão?
- Sou. Mas conheço um monte de gente que também rouba, etc., etc., etc.

Bem, o entrevistado de nossa história usou da mesma manobra. Sua resposta foi:

- Mas eu conheço um monte de gente na cidade grande que tem moto e carro e recebe o Bolsa Família.

A equipe deu algumas explicações sobre o caso e coletou as informações necessárias (depois de muita resistência, pois o sujeito não parava de fazer comparações).

Alguns dias depois, o cara aparece, todo satisfeito (diga-se, cheio de si, achando-se o Gianeccini num país onde uma praga misteriosa matou todos os homens, deixando todas as mulheres desesperadas).

Ele procura nossa equipe e diz, todo satisfeito:

- Olha, está tudo resolvido. Eu já falei com os "hómi grande".

Deixamos aos leitores que tirem suas próprias conclusões. Mas uma coisa é bem “descaradamente simples”: OS HOMENS GRANDES RESOLVEM TUDO – e nessa cultura do “jeitinho brasileiro”, nós, zéguas, os “homens pequenos”, precisamos ter a pontaria certeira de Davi para acabar com esses miseráveis Golias.

A seguir, uma montagem elaborada pelo Charles, ilustrando seu “momento Zégua”.