Apresentando o senhor ZÉGUA

Apresentando o senhor ZÉGUA

quinta-feira, 17 de junho de 2010

RENDER-SE? NUNCA!... RETROCEDER? JAMAIS!

- Seu cartão está cancelado (na outra semana a pessoa está de volta).
- Seu cartão está cancelado (mais uma semana e a individua volta novamente).
- Seu cartão está cancelado.

Passam-se os dias, meses...

- Oi, lembra de mim? Sou a mulher que vim aqui outro dia.

São tantas caras que aparecem todos os dias e a individua quer que o Zégua se lembre dela.

- Sim, sua cara não é estranha. Qual o problema?
- Não estou conseguindo tirar meu dinheiro.
- Deixa eu ver aqui.

E Zégua perde um tempão, olhando na base, tentando acessar o (AAARGH!!!) SIBEC , e quando consegue, que vê a ficha da dita cuja, lembra-se melhor da cara dela.

- Há quanto tempo a senhora não tira seu dinheiro? (pergunta, tentando disfarçar a irritação).
- Mais de dois anos.
- E a senhora não sabe por que?
- Sei não.
- A senhora tem filhos menores de idade, menor de 16 anos?
- Não, moço. Todo mundo já casou ou tem rapariga.
- E a senhora mora com alguém?
- Só com o meu velho.
- Tem algum aposentado lá? (Zégua viu pela ficha dela que os dois estavam aposentados, mas perguntou só pra deixar mais claro pra ela).
- Olha... (quando vão responder a pergunta acima, sendo o resultado positivo, a maioria das pessoas gagueja ou demora alguns segundos a responder – típico caso de consciência culpada)... é... nós somos aposentados, sim...
- E faz tempo?
- Há uns dois anos.
- Pois é. É como eu já disse antes, ... (E Zégua respirou fundo antes de prosseguir, pra contar a mesma história que já tinha contado antes, pra mesma pessoa, centenas de milhares de vezes).
- Então tá cancelado mesmo?
- Exatamente.
- Tá bom. – Quando vai se retirando, olha para o Zégua e pergunta:
- E quando eu posso voltar aqui de novo?

MDS APRESENTA: O RETORNO DOS MORTOS-VIVOS

- Bom dia.
- Bom dia.
- Veja o que eu acabei de receber do Correio.

Zégua pegou a cartinha enviada pelo governo federal. O mesmo tipo de cartinha que vários usuários estavam recebendo.

A individua teve o cartão cancelado há mais de dois anos (por justa causa, diga-se). Já tinha até se conformado. Agora recebe uma carta do governo dizendo que precisa atualizar seu cadastro (ELA CONCLUIU IMEDIATAMENTE QUE, SE ATUALIZAR O CADASTRO, VAI VOLTAR A RECEBER O BENEFICIO).

- Senhora, seu cartão tá cancelado há mais de dois anos.
- Mas essa carta diz que eu tenho que atualizar pra voltar a receber.
- Senhora, é o seguinte... (Zégua explica pela trilionésima vez que o governo – na falta do que fazer – está mandando tais cartinhas pra gente que até já morreu – pois quer saber se algum membro da família tem algum tipo de veículo, ganhou alguma eleição (em 2004), é aposentado, etc.).

Mas quem disse que a senhora aceitou a explicação?
- É mentira! Minha amiga LOROTILDA disse que ligou para os homens de Brasília e disseram que a pensão que recebo não tem nada a ver. Eu conheço gente que mora perto de mim que “são aposentados” e recebem, Blá! Blá! Blá! Blá! Eu vou levar meus “papéus” pra Pedreiras (uma cidade vizinha). Lá tem gente que resolve!

- Se eles conseguirem resolver, eu juro que compro um martelo e derrubo todas as paredes deste prédio.

Cuidado com suas palavras, Zégua. Vai que o Cão atenta e os “malas” resolvem o problema da mulher...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

QUATRO AMIGOS DESTEMIDOS E UM “MALEDITO” CARTÃOZINHO AMARELO...

Era uma vez quatro amigos: Égua, Pai dÉgua, Fi duma Égua e Zégua. Cabras de coragem, trabalhadores, viviam felizes e sua amizade parecia de aço. Três deles não gostavam muito desse negócio de escola e caíram fora rapidinho. Só o Zégua continuou os estudos. Mas, apesar disso, a vida continuava, e a paz reinava.

Mas um certo dia...

O ÉGUA recebeu o famoso cartãozinho amarelo, sacou o dinheiro e foi gastar com cachaça. Passou a encher a cara o dia todo e a errar o caminho de casa.

O PAI DÉGUA recebeu o famoso cartãozinho amarelo e deixou na mão de um comerciante como garantia, em troca de comprar fiado sempre que quisesse.

O FI DUMA ÉGUA recebeu o famoso cartãozinho amarelo e nunca mais quis trabalhar, dizendo que agora tinha um pai muito rico que morava em Brasília.

E O ZÉGUA?... Antes de falar deste cara, vamos ver o que aconteceu com os outros três.

Bem, a mulher do ÉGUA, cansada de conviver com um cachaceiro (e que não tava nem aí pra alimentação e educação das crianças), chutou ele de casa, foi no Conselho Tutelar e exigiu que tomassem o cartão do vagabundo...

O PAI DÉGUA virou refém do comerciante, devendo até os cabelos das “ventas”, e sendo obrigado a trabalhar, pedir emprestado ou roubar, para dar conta das dívidas.

O FI DUMA ÉGUA perdeu o cartão, não conseguiu ganhar outro, ficou desesperado e sem coragem para trabalhar.

E O ZÉGUA?...

Bem, diferente dos demais amigos, ZÉGUA continuou na escola, conseguiu concluir o Ensino Médio, e certo dia foi trabalhar num certo Departamento que mexia com o tal cartãozinho amarelo.

O ÉGUA, que tinha se separado da mulher, arranjou outra e implorou para que o ZÉGUA fizesse um cadastro pra ele – como as coisas não eram tão simples assim, culpou o Zégua por não querer ajudá-lo, tocou o dedo indicador da mão direita, no indicador da mão esquerda e, muito zangado, disse para o Zégua:

- CORTA AQUI!

O PAI DÉGUA procurou o Zégua e implorou para que este aumentasse o valor do seu beneficio – como se fosse simples assim, pois tava devendo tanto que – se pudesse encontrar o diabo cara a cara - estaria disposto a leiloar a própria alma.

Como Zégua não podia fazer o que o dito cujo queria, olhou zangado para nosso herói, fez com os dedos indicadores o que já descrevemos acima e disse:

- CORTA AQUI!

O FI DUMA ÉGUA, quando perdeu o cartão, procurou o Zégua, que recomendou:
- Você precisa tirar uma segunda via na CAIXA.

Na CAIXA ouviu do funcionário:
- O problema é lá mesmo. (pois misteriosamente seu beneficio estava cancelado).
Zégua recomendou que ligasse para o 0800, pois na base cadastral não havia nenhum problema.

O pessoal do 0800 fez uma revelação bombástica:
- O problema é aí mesmo.
Fi duma Égua chegou zangado, xingou nosso herói, fez a famosa ação com os dois dedos indicadores e disse:

- CORTA AQUI!

(É claro que essa história é fictícia, apenas uma parábola para os dias atuais... mas as ações e desgraças envolvendo os personagens são bem reais em nossa região).

MORAL DA HISTÓRIA: O que o Cão não consegue fazer, o cartãozinho amarelo dá um jeito.

O DIA DA IRA DE UMA DAS DAMAS DO APOCALIPSE

(pra não ficar perdido ao ler o texto abaixo, leia antes o texto intitulado: ZÉGUA CONTRA AS QUATRO DAMAS DO APOCALIPSE, publicado anteriormente neste blog). A dama citada abaixo é a famosa Dona Tô-Lá-Todo-Dia.

A residência da coitada fica numa das partes altas da cidade, e ela, apesar de já estar na casa dos 60 anos, desce da sua casa quase todos os dias, à pé, só para procurar noticias sobre seu beneficio.

É uma tristeza. Difícil é ver a cara dela de manhã bem cedo e não saber o que dizer, pois toda penitência que se devia cumprir para tentar resolver seu caso, nosso herói Zégua já cumpriu.
E os infelizes de Brasília não estão nem aí.

Pois é. A mulher chegou, sentou e desabafou.

- Esse dinheiro é nosso. Deus deu a graça do governo mandar essa ajuda pra nós. Vou na justiça. O rapaz do outro Município disse que se fosse na cidade dele já tinha resolvido. Esse dinheiro é nosso, quero saber que trapalhada é essa. Já estou cansada. Já gastei o que não tenho. Tô devendo no comércio, não pude comprar as fardas das crianças, não sei mais o que fazer.

QUEM “VEVE”* COM PRESSA... LASCA-SE** DEPRESSA!

7:00 da manhã.
Zégua levantou cedo, correu para o Banco para ver se conseguia sacar um dinheirinho para umas compras básicas do dia-a-dia. Por que correu tão cedo para o Banco? Porque naquela semana no Departamento do Zégua, o Bolsa Família “estava com a macaca”, o estresse tinha armado a rede e o Cão estava fazendo turismo por lá.

Então, nosso herói chegou ao Banco, dirigiu-se ao caixa eletrônico, inseriu o cartão, digitou a senha e...

SENHA NÃO CONFERE!

Respirou fundo, digitou novamente e...

SENHA NÃO CONFERE!

Parou um pouco. Não era possível que não lembrasse mais da senha correta. Todos os dias se lembrava dela, porque não naquele dia? E, como tinha errado a senha DUAS VEZES, eis o que aconteceu:

SENHA BLOQUEADA!

“Era só o que faltava!”. Respirou fundo novamente, e acessou as janelas do sistema, para desbloquear a senha. Desta vez digitou os números com todo o cuidado possível, pois se errasse novamente, a coisa ficaria mais séria.

E NÃO É QUE ERROU OUTRA VEZ???

“NÃO ACREDITO!!!”

SENHA BLOQUEADA! PROCURE A GERÊNCIA!

Acreditem, senhoras e senhores. Nosso herói teve que esperar o Banco abrir (para o atendimento ao público), teve que enfrentar uma série de burocracias, e lá pras 10 e MEIA DA MANHÃ (acreditem!) teve a senha liberada!

Pois é. Todos sabem que o estresse prejudica a memória. E, como dizia minha tataravó:

“A ‘PRÉÇÇÇA’ É INIMIGA DA ‘PRREFEISSÃO’”.

VALHA-ME, DEUS!!!

* ”VEVE” – corruptela da palavra “VIVE”
** LASCAR - Pop. Dar-se mal; prejudicar-se; lesar-se: Não estudou e lascou-se no exame. [Conjug.: v. trancar.] (Novo Dicionário Aurélio)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

FRASE DA SEMANA

- Tenho raiva! A gente já tira pouco, e ficar sem receber por causa do “aposento” dessa “tróço”!

(A filha adolescente saindo, zangada, e falando da mãe surda-muda, cujo beneficio foi cancelado porque a dita cuja é aposentada e tem apenas uma filha cadastrada).

RECEITA PRA QUEM PRETENDE VIRAR PACIENTE DE HOSPÍCIO


Pra entender melhor esta imagem, leia com atenção aos seguintes textos (já publicados neste blog):

- PACIÊNCIA TEM LIMITES... MAS, POR ENQUANTO, AINDA TÁ TODO MUNDO VIVO!

- COMO ESTRESSAR UM SER HUMANO EM 7 PASSOS (UMA SINGELA HOMENAGEM AO SIBEC – SISTEMA BRASILEIRO ESTRESSADOR DOS CADASTRADORES)

PACIÊNCIA TEM LIMITES... MAS, POR ENQUANTO, AINDA TÁ TODO MUNDO VIVO!

Num belo dia de junho, 1.º de junho de 2010.

- Bom dia, meu cartão tá bloqueado.
- Oi, eu queria saber se meu cartão já foi desbloqueado.
- Um momento, senhoras, vou acessar o sistema – Zégua fala com toda delicadeza, e prepara-se para acessar o terrível SIBEC. O dia mal começou, o tempo está um pouco nublado, tá fazendo frio, e, por enquanto, todo mundo tá cheirando bem – afinal todo mundo acabou de tomar banho, não tem ninguém suando, nenhum perfume tá vencido – tá uma maravilha.

Mas existe um desmancha-prazer chamado SIBEC.

Como vocês devem saber, para alcançarmos a ficha da pessoa no SIBEC temos que abrir 7 janelas. O problema é que não é fácil chegarmos à 7.ª janela. Mas vamos lá.

1.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela, abre-se a 2.ª... e o sistema cai.

2.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela... e o sistema cai.

3.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela, abre-se a 2.ª, abre-se a 3.ª, abre-se a 4.ª... (suspense, respiração presa, suor descendo pela testa – e não tá nem fazendo calor...)... abre-se a 5.ª janela... e o maldito sistema volta a cair.

Começando de novo....

4.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela, abre-se a 2.ª, abre-se... GO TO HELL, SIBEC!!!

5.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela, abre-se a 2.ª, abre-se a 3.ª, abre-se... “PAI NOSSO QUE ESTÁS NO CÉU, NÃO NOS DEIXA CHUTAR ESTE COMPUTADOR...” (até porque o coitado não tem culpa).

6.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela, abre-se a 2.ª, abre-se... Zégua respira fundo...

O mesmo tipo de respiração de um caçador diante da onça ... quando a bicha vai se aproximando e ele descobre que se esqueceu de colocar o cartucho na arma.

“Já tá virando molecagem!!!”

7.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela, abre-se a 2.ª, abre-se a 3.ª, abre-se a 4.ª, abre-se a 5.ª... – Zégua olha para as três senhoras presentes e diz:

- Senhoras, prendam a respiração! Não pisquem! Cruzem os dedos! Ninguém se mova!
Abre-se a 5.ª janela, ...abre-se a 6.ª, ... abre-se a 7.ª e... e... e...

O velho comerciante estava concentrado, muito concentrado, contando mais de um milhão de moedas de 5 centavos e ...

- Um milhão, quinhentos e quarenta e dois mil e dez centavos...
- Um milhão, quinhentos e quarenta e dois mil e quinze centavos...
- Um milhão, quinhentos e quarenta e dois mil e vinte centavos...
- Um milhão, quin...

- Ooooooi, seu Tonhão – Fala a morena, com sua voz melosa e caminhado sensual, desviando a atenção do pobre mortal. Olha para os dois montes de moedas, coça a cabeça, e é obrigado a começar tudo de novo.

- 5 centavos, 10 centavos, 15 centavos, 20 centavos...

Pois é. Quando se abriu a 7.ª janela, e Zégua ia digitar o número do NIS da senhora...

O SISTEMA DESPENCOU LADEIRA ABAIXO E NOSSO HERÓI FOI OBRIGADO A COMEÇAR TUDO DE NOVO.

8.ª tentativa – Abre-se a 1.ª janela, abre-se a 2.ª,...

- Senhoras, hoje, novamente, o sistema está com a macaca. Vou tentar só até dez vezes, e se não der certo, é melhor cada um procurar o que fazer.

9.ª tentativa – Abre-se... vocês já sabem o que. E já devem imaginar no que deu.

10.ª tentativa – Abre-se, abre-se, abre-se, abre-se, abre-se, abre-se... abre-se... e... e... e...

MAIS UMA VEZ O ASTERÓIDE DESVIOU-SE DA TERRA E ATINGIU OUTRO PLANETA...
MAIS UMA VEZ A BOMBA FOI DESARMADA...
MAIS UMA VEZ O AVIÃO DECOLOU E ATERRISSOU COM SUCESSO...
MAIS UMA VEZ A CAVALARIA CHEGOU BEM NA HORA E SALVOU A DILIGÊNCIA...

É, MAIS UMA VEZ ZÉGUA CONSEGUIU ACESSAR A IMPENETRÁVEL 7.ª JANELA DO SIBEC...

MAS NÃO SABE ATÉ QUANDO VAI TER PACIÊNCIA PARA INSISTIR TANTO...