Apresentando o senhor ZÉGUA

Apresentando o senhor ZÉGUA

terça-feira, 15 de março de 2011

ZÉGUA, UMA AGRADÁVEL CONVERSA COM O TÃO FAMOSO 0800-BOLSA FAMÍLIA E UM POUCO DAS ÁGUAS DE MARÇO

03 de março de 2011.

Dia nublado. Ameaça de chuva. A cidade ainda está abalada com a grande enchente de dois dias atrás. Na mesma região, 36 quilômetros de distância, uma outra cidade, Trizidela do Vale, está nas manchetes nacionais. Parece que a terrível enchente de 2009 vai se repetir. O Brasil inteiro viu.

Com mais de 50 casos de pessoas com problemas no beneficio, Zégua resolve ligar para o – arghhhhhhhhhhhhhhhh!!! – 0800 do Bolsa Família. Tentou entrar em contato (por e-mail) com alguns dos ilustres responsáveis pelo Programa, mas o que recebeu foi uma sugestão para que ligasse para o 0800. “Tudo bem. Vou ligar. Estou muito paciente hoje”, pensou nosso herói.

Ao mesmo tempo os “clientes” não param de chegar, querendo saber quando seu dinheiro vai ser “liberado”.

Não existe telefone no departamento do nosso herói e ele procura “se virar”. Encontra um telefone “por aí” e tecla os famosos e estressantes números...

9:16 horas – Ligando para o 0800...

9:18 – Milagrosamente, na segunda tentativa alguém atende. Nosso herói se identifica e apresenta o problema.

9:19 – O atendente, depois de conhecer o problema, comunica que vai transferir a ligação para outro canal, e diz a célebre frase: “Aguarde um momento, senhor”.

Momento de silêncio.

9:23 – Ele dá sinais de vida novamente e avisa outra vez: “Um momento. Vou transferir para outro setor”.

Sem demora, a outra funcionária atende, perguntando alguns dados referentes ao nosso herói e a seu município. Depois pede para aguardar um pouco.

Momento de silêncio.

9:30 – Começa a chuva. Chuva calma, que costumamos chamar de “sereno”. Mas, em nossa região, qualquer pingo d’água que cai do céu é assustador.
O momento de silêncio continua. Somente o barulho da chuva. De vez em quando, escuta-se a voz do outro lado: “Um momento”.

9:36 – O silêncio é interrompido pela seguinte pergunta: “Qual o nome da sua prefeitura, senhor?” Zégua responde pacientemente. É claro que já era a terceira vez que ele dava essa informação, inclusive com CNPJ e tudo.

Novamente silêncio, paz e amor.

9:42 – Outra vez o silêncio é quebrado: “Sua Prefeitura já migrou para o CadÚnico 7?” Zégua responde: “Não”. E o silêncio volta a reinar. A chuva continua. Serenamente.

9:46 – A chuva está parando. O sol volta a brilhar. Paralelamente, o silêncio é mais uma vez quebrado e a funcionária pede dados, telefone, e-mail, celular, pergunta qual o melhor horário para ligar, etc., etc. E por que? Porque o problema seria passado para, nas palavras dela, o pessoal do “2.º NÍVEL”.

Zégua fica curioso com a expressão. “2.º NIVEL”?

9:49 - Ela dá o número do Protocolo, deseja bom dia e FIM. Lá fora o sol está brilhando novamente, mas ainda existem muitas nuvens carregadas.

“2.º NÍVEL”?

Zégua só espera que, qualquer hora dessas não receba uma ligação com alguém do outro lado informando:

- Olha, meu caro senhor. Por gentileza, aguarde mais um pouco que vamos passar para o pessoal do 1.º NÍVEL.

Enquanto isso, o noticiário promete mais chuvas para o Nordeste. Valha-me, Deus!!!

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